BIOMAS BRASILEIROS PARA INOVAÇÃO EM ALIMENTOS: CAATINGA

A Caatinga é um bioma exclusivo do Brasil e faz parte do sertão semiárido do Nordeste, no qual existe um período bem extenso sem chuvas, responsável pela maior parte da vegetação ser caducifólia, ou seja, suas folhas caem no período de secas. O resultado disso tudo é uma paisagem repleta de árvores sem folhas, chamada de mata branca pelos indígenas, caatinga do tupi guarani (SILVA et al., 2017).

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

É um bioma repleto de diversidade, mas ainda não tão explorado, conhecido ou divulgado, tanto comercialmente, quanto cientificamente. Toda a abundância de recursos vegetais da Caatinga é utilizada de diversas formas pela população regional, principalmente para a alimentação. O mais interessante é que de sua vegetação é possível aproveitar os frutos, as raízes, sementes, folhas e caules, os quais são consumidos diretamente pelas famílias ou comercializados em feiras livres (SANTOS et al., 2012).

As espécies frutíferas são as que mais se destacam nesse bioma e são as mais utilizadas pela população. Algumas espécies mais conhecidas são o umbu (Spondiastuberosa Arruda), a pitomba (Talisia esculenta (Cambess.) Radlk.), o murici (Byrsonimacrassifolia (L.) Kunth) e a mangaba (Hancornia speciosa Gomes) (SANTOS et al., 2012).

Porém, apesar dos frutos nativos brasileiros serem considerados um dos mais nutritivos e saborosos do mundo, eles são mais conhecidos pelas pessoas da região do que no Brasil todo. Neste artigo, queremos mostrar para o Brasil um pouco mais das riquezas da Caatinga:

 

CAJU

 

O caju é muito conhecido por nós, sendo mais consumido em forma de suco. Sua castanha também é muito valorizada pelos brasileiros e agora ganhou mais destaque ainda por ser um excelente ingrediente em aplicações plant-based, devido a boa textura que dá aos produtos, além do percentual de proteína presente (média de 19%).

Em Itaibaiana, a Coobec (Cooperativa de Castanhas do Carrilho) aproveitou esse resíduo da região e cidades ao redor para torná-lo um produto com valor agregado. Trazendo as castanhas de caju seca e em 4 sabores distintos: Tradicional, Salgada, Apimentada e Doce.

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Fonte: Instagram (@cooperativadecastanhas)

 

Outro resíduo a ser aproveitado é a fibra, trazendo uma solução sustentável aos subprodutos da indústria de suco, que muitas vezes são descartados (EMBRAPA, 2020).

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Foto: Portal Embrapa.

 

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2017, o Brasil produziu quase 60 mil toneladas de caju, sendo que 75% correspondem à fibra, após o aproveitamento do suco e da castanha (EMBRAPA, 2019).

Um produto brasileiríssimo e muito interessante é o hambúrguer de fibra de caju da Amazonika Mundi, uma empresa que “promove, por meio do reino vegetal brasileiro, um consumo consciente e prazeroso, proporcionando um equilíbrio entre corpo, alma e natureza de forma sustentável e inovadora” (AMAZONIKA, 2021).

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

 

Além da fibra de caju, que é utilizada no preparo de hambúrgueres, bolinhos e almôndegas livres de proteína animal, o pessoal da Amazonika Mundi não parou e uniu ainda mais o sabor com a biodiversidade brasileira em seus produtos. Sua linha agora conta com o tucupi preto, a pimenta indígena assîsî, o óleo de patauá e o feijão-manteiguinha de Santarém.

Tudo isso porque eles acreditam que “a maior floresta tropical do planeta e os povos que há milhares de anos vivem nela têm muitas das respostas de que precisamos: sobre a comida, sobre a nossa relação com a natureza, sobre o mundo” (AMAZONIKA, 2021).

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

 

Tem inovação melhor que essa?! Eles conseguiram unir sabor, saúde e sustentabilidade de forma excepcional, pensando de maneira holística, no aproveitamento integral, revalorizando subprodutos super nutritivos que seriam descartados. Além disso tudo, ainda promovem a bioeconomia, com a ideia de restaurar a biodiversidade e gerar renda para as comunidades locais ao mesmo tempo. Sensacional!

UMBU

O Umbu é um fruto que ocorre naturalmente na Caatinga e sua árvore é uma das mais úteis desse bioma, já que sua produção é abundante e os frutos são muito saborosos. O umbu possui uma polpa bem suculenta e não fibrosa, com sabor doce, levemente ácido (ou seja, uma delícia agridoce). Normalmente, são consumidos in natura ou na forma de sucos, geleias, sorvetes, doces ou polpa industrializada (SANTOS et al., 2012).

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

 

O umbuzeiro é até considerado como uma árvore sagrada do sertão, um símbolo de resiliência e resistência, já que consegue se adaptar ao clima e ainda produzir bastante frutos. A alta produtividade de frutos nutritivos e saborosos é de grande importância econômica, sendo utilizados tanto na alimentação humana, quanto animal (SANTOS, 2010).

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

 

A Coopercuc (Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá), localizada na Bahia, possui a marca “Graveteiro”, que atua junto à 450 famílias de 18 comunidades do Sertão da Bahia, envolvidas na produção de doces cremosos, de corte, sucos, geleias, além de uma linha de bebidas alcoólicas. Os produtos são naturais, sem nenhum tipo de agrotóxicos e muitos já contam com o selo de produto orgânico. Além disso, já estão atuando com exportação dos produtos e possuem uma linha de merenda escolar (COOPERCUC, 2021).

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

 

Não sabemos vocês, mas uma cerveja artesanal, bem elaborada, de boa qualidade, faz toda a diferença! Mas imaginem só uma cerveja com todos esses atributos e ainda com a biodiversidade brasileira, é sonho tornando realidade.

A pandemia do coronavírus fez com que o consumo de cervejas tradicionais caísse, já que elas eram muito apreciadas em festas e barzinhos. Como agora as pessoas estão consumindo mais em casa, optaram por escolher qualidade ao invés de quantidade. É aí que entram as cervejas artesanais, especiais, gourmets, exclusivas, edições limitadas etc.

O Relatório Mintel Cerveja – Brasil – Julho de 2018 trouxe exatamente esses dados de que 57% dos consumidores preferem beber pequenas quantidades de uma cerveja mais cara em vez de grandes quantidades de uma cerveja barata. Como esse já era um hábito antes da pandemia, pode-se imaginar que os brasileiros continuem tendo esse hábito de consumo em casa, só que em quantidades um pouco menores.

Os consumidores enxergam valor e qualidade nessa categoria, pois geralmente têm um preço mais alto do que as cervejas comuns. O mesmo relatório mostrou que 45% dos consumidores definem cervejas artesanais como sendo produzidas com ingredientes de alta qualidade, e 13% acham que elas são caras.

Do sertão da Bahia, a Coopercuc lançou sua linha de cervejas e uma delas é a Umbu Saison, uma cerveja artesanal especial, aromática, saborosa, com destaque para a acidez do umbu que traz o sabor marcante dessa Farmhouse Ale.

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

 

Outra aposta interessante é levar alimentos e bebidas típicos dos biomas brasileiros para todo o Brasil conhecer. Pensando nisso, a Coopercuc também lançou a Umbuzada que é muito consumida no Nordeste no café da manhã ou no lanche da tarde. “Uma bebida refrescante, saborosa e nutritiva, a umbuzada agora pode ser consumida durante todo o ano e em todo o Brasil. Umbuzada é resistência, força e sabor. Umbuzada é vida!!” (COOPERCUC, 2021).

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

 

Mas já pensou num chocolate com umbu? Aquele chocolate 70%, de qualidade, super rico sensorialmente? Com somente 4 ingredientes: cacau orgânico, açúcar orgânico, umbu orgânico e manteiga de cacau? Sim, essa preciosidade já existe e recebeu o prêmio de medalha de prata na categoria Américas, em 2019, no International Chocolate Awards. E o mais interessante é que a empresa que produz chocolates com a biodiversidade brasileira não foi fundada por brasileiro, mas sim por uma californiana. Será que só estrangeiros conseguem ver o valor da nossa biodiversidade?

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

 

Mission Chocolates foi idealizada por Arcelia Gallardo, uma chocolatier com mais de 17 anos de experiência em chocolates, que viaja pela América Latina para trabalhar com produtores de cacau, fabricantes de chocolate e para ensinar mulheres indígenas a produzir chocolate. Possui uma pequena fábrica na cidade de São Paulo de onde saem, de acordo com eles, o chocolate mais premiado do Brasil. Sua missão é “apresentar sabores típicos brasileiros ao mundo”.

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Foto: Instagram da Mission Chocolate (@missionchocolate)

MARACUJÁ DA CAATINGA

 

O Maracujá da Caatinga é também conhecido como Maracujá do Mato. É uma espécie que se adaptou a longos períodos de seca, acumulando bastante antioxidantes, vitaminas e minerais. A fruta é bem resistente a períodos sem chuva, bem como a pragas. Em comparação com o maracujá comum, o maracujá da caatinga é mais aromático, mais doce, mas ainda se destaca em acidez. Seu tamanho é menor, sua casca é esverdeada e a polpa é branca. É muito conhecido regionalmente por suas propriedades medicinais, principalmente as de acalmar e relaxar (CERRATINGA, 2021).

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Foto: CERRATINGA, 2021.

 

Essa combinação de nutrição, mas aroma e sabor é fantástica no desenvolvimento de novos produtos. Principalmente pensando agora na tendência que é pensar na saúde emocional, sempre com uma visão holística, na saúde do corpo como um todo. A pandemia do coronavírus nos mostrou o quanto é importante termos uma boa noite de sono e estarmos relaxados para a quantidade exagerada de demanda de trabalho que estamos tendo ultimamente.

Além da pressão do trabalho, tem toda a pressão desses tempos atípicos. Portanto, é essencial mantermos um bom equilíbrio emocional, a imunidade forte e a saúde em dia. Muitos produtos estão sendo lançados pensando no bem-estar e relaxamento. Imagine quantos produtos não conseguiríamos lançar com o maracujá da caatinga, explorando tanto o sabor, a brasilidade, quanto estando sem sintonia com uma super tendência?! Podemos fazer smoothies, shots, sorvetes, cremes, doces, chocolates, molhos, caldas, geleias etc.

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

 

A Embrapa, a fim de incentivar a biodiversidade e desenvolvimento sustentável, criou a primeira variedade de maracujá nativo da Caatinga recomendado para cultivo comercial. Foram mais de dez anos de pesquisa, conseguiram chegar num melhoramento genético ideal para que exista a produção em larga escala do maracujá da caatinga. Em comparação com o cultivo de maracujá azedo, a espécie possui maior tolerância ao estresse e possui um ciclo produtivo mais longo (EMBRAPA, 2016).

Confessamos que não encontramos muitos produtos inovadores com maracujá da caatinga além das geleias, mas encontramos uma receita de brigadeiro brulée de maracujá do mato que parece ser divino!

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Fonte: https://globoplay.globo.com/v/7217831/

 

E tem cerveja artesanal com maracujá da caatinga também da Coopercuc!

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Fonte: Cerveja de maracujá da Caatinga será lançada na Feira Baiana de Agricultura Familiar que começa neste sábado em Salvador

 

E também a Coopercuc tem uma geleia de maracujá da caatinga que é de salivar de longe de tão gostosa!

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

MANDACARU

 

Na Caatinga existem diversas espécies de cactos de grande importância na região. Entre eles, destacam-se o mandacaru (Cereus jamacaru P. DC.), o facheiro (Pilosocereus pachycladus Ritter), o xiquexique (Pilosocereus gounellei (A. Webwr ex K. Schum.) Bly. Ex Rowl.) e a coroa-de-frade (Melocactus bahiensis Britton & Rose)).

Produzem frutos muito nutritivos e são mais utilizados na alimentação animal em períodos longos de seca, já que deles conseguem se aproveitar os frutos, as sementes e os ramos novos, depois da retirada dos espinhos. Estes últimos, destacam-se pela quantidade de proteínas, que supera 11%. Na alimentação humana ainda são pouco difundidos além da população regional e da gastronomia exótica (CAVALCANTI, 2007).

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

 

Um dos frutos de cactos mais conhecido no Brasil é a Pitaya, a qual já está presente em diversos produtos, como sucos, smoothies, sorvetes, cremes gelados, mesclas com açaí etc. Para comparação, temos o fruto do mandacaru que poderia ser bem explorado assim como a Pitaya, a qual é nativa do méxico, mas já é altamente produzida aqui.

O mandacaru (Cereus jamacaru P. DC.) é muito importante na conservação da biodiversidade da caatinga e sustentabilidade. Seus frutos são consumidos tanto pela população regional, quanto por pássaros e animais silvestres, além de ser muito aproveitado por agricultores na alimentação dos animais (CAVALCANTI, 2007).

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

 

A culinária nordestina é muito rica e criativa, combinam vários aromas e sabores, criando pratos únicos. A harmonização de geleias com queijos sempre foi bem-vinda e agora com a alta dos lançamentos de queijos fermentados à base de castanhas, ficamos pensando que uma harmonização de um queijo de castanhas com uma geleia de mandacaru seria fantástica! Ou então aquele molho agridoce delicioso para uma salada mais premium?

Coisa boa é degustar pratos diferenciados, com sabores únicos e a biodiversidade brasileira é magnífica sensorialmente. A empresa Flor do Mandacaru faz uma geleia artesanal de fruto de mandacaru de comer com os olhos.

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Foto: Facebook da Flor do Mandacaru

 

JUÁ

 

O Juazeiro, muito utilizado na medicina popular como bactericida, analgésico e cicatrizante, tem recebido atenção da comunidade acadêmica devido à presença de fitoquímicos (por exemplo, saponinas) com propriedades farmacológicas presentes em sua casca e folhas. O fruto do juazeiro é um fruto amarelo comestível com uma semente envolvida por uma polpa branca mucilaginosa e doce. No semiárido brasileiro, essas frutas são conhecidas como juá e consumidas principalmente in natura pela população local, embora compotas de juá, balas e geleias também sejam consumidas (OLIVEIRA et al., 2019).

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Foto: Agro 2.0, 2020.

 

É considerado uma planta de muita importância regional, oferecendo diversos benefícios à população. O Juá é utilizado tanto para alimentação humana quanto animal, mas também é muito usado na fabricação de remédios naturais, cosméticos, sabonetes e pastas de dentes, principalmente para criação de fórmulas veganas (AGRO 2.O, 2020).

O incrível desta fruta é que além de possuir muita vitamina C, outras vitaminas, minerais e fibras, possui alta quantidade de saponinas em sua casca. As saponinas possuem ação detergente, higienizante, adstringente e antisséptica, ou seja, é um surfactante natural que produz espuma e promove a limpeza, por isso o Juá é muito usado para fazer sabão e pasta de dentes (BN, 2019).

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Foto: Viveiro Cipreste, 2018.

 

Pensando em aproveitamento integral, do Juazeiro se aproveita tudo, desde a sua raiz até o seu fruto. Na medicina popular, é aplicado em ações anti-inflamatória, cicatrizante, expectorante, higienizante, antigripal, adstringente e até mesmo como tônico capilar (AGRO 2.0, 2020). Por suas propriedades antissépticas e bactericidas, promove a limpeza e polimento dos dentes, além de combater as cáries.

O chamado “pó dental” já está sendo comercializado por diversas pequenas empresas, como é o caso da loja Cruda, que vende vários cosméticos naturais e seu Pó Dental à base de juá, canela, gengibre, menta e óleo essencial de hortelã pimenta (CRUDA, 2021).

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

 

Pensando em sustentabilidade, o Juazeiro pode ajudar muito na economia sustentável, já que além de contribuir com a renda dos pequenos produtores da região, a planta pode gerar uma alternativa ao consumo de substâncias como a glicerina, lanolina e colágeno, as quais são de origem animal, não-renováveis e não-sustentáveis. Portanto, explorar de maneira saudável os recursos do Juazeiro pode impactar muito positivamente a economia (AGRO 2.0, 2020).

 

GIN COM MUITA BIODIVERSIDADE DA CAATINGA

 

Para finalizar as inovações desse primeiro artigo sobre a caatinga, vamos encerrar com classe e aproveitando um mix completo de frutas e especiarias desse bioma maravilhoso. A marca YVY, que já tem brasilidade até no nome, o qual “no tupi-guarani significa território, o chão que pisamos”, lançou uma linha de Gins muito especial, a Territórios. A linha conta com seis produtos, um para cada bioma: Mata Atlântica, Cerrado, Pampa, Pantanal, Caatinga e Amazônia (YVY, 2021).

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

 

De acordo com a YVY, o Gin da Caatinga é “uma bebida para os fortes: 54% de teor alcóolico, mais seca, o sabor marcante do maracujá. Inesquecível como o sertão”. E olha que incrível a lista de ingredientes: Zimbro, Maracujá, Caju, Aroeira, Palma brava, Palma doce, Mandacaru de faxo, Mandacaru de boi, Xique-xique, Macambira, Casca de angico, Favela, Velame, Juazeiro, Caruá e Dandá da costa, Cajá.

 

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

 

O Gin é uma bebida que ganhou muito destaque aqui no Brasil em 2019 e, de lá para cá, o mercado vem crescendo, com mais produtos diferenciados nas gôndolas. É visto como uma bebida mais premium e que agradou o paladar dos brasileiros pelas diversas possibilidades de combinações em drinks, sendo hoje um dos mais pedidos em drinks de barzinhos.

Não só o destilado, mas a oportunidade de se criar bebidas gaseificadas com Gin é uma das maiores tendências em bebidas alcoólicas para os próximos anos. E os consumidores querem bebidas inovadoras, diferenciadas, exclusivas.

E inovar nessas bebidas com as frutas e especiarias da biodiversidade brasileira faz todo sentido!

De acordo com o relatório da Mintel, HÁBITOS DE CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS – BRASIL – SETEMBRO 2019, “28% dos consumidores afirmaram que gostariam de consumir mais bebidas/coquetéis com sabor e/ou contendo ervas (ex. chá, especiarias)”.

Já que as bebidas gaseificadas, mais naturais, com menor teor alcóolico, estão super em alta. Bem como o desejo dos consumidores por produtos diferenciados, com sabores marcantes e uso de especiarias. Por que não lançarmos várias bebidas exclusivas com a biodiversidade brasileira?

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Queremos incentivar o lançamento de produtos com a biodiversidade brasileira de maneira sustentável. Para isto, além de apontar novas espécies potenciais para a indústria, é necessário viabilizar o seu cultivo atrelado à conservação do bioma, evitando o risco de diminuição populacional, ou até extinção, dessas espécies.

Este desafio faz parte do nosso dever como consultoras, assim como das instituições de ensino e pesquisa, incentivando o uso de tecnologias que aumentem a produtividade. E educando a população sobre a importância da interação sustentável entre nós e a natureza.

Além disso, as políticas públicas estaduais e federais devem garantir apoio para essas cadeias. Na Caatinga – diferente da Amazônia – trazer exemplos de uma cooperativa que faz exportação, como a Coopercuc, é um exemplo que reflete a importância do apoio do governo, por meio do programa “Bahia Produtiva”.

Por isso, falamos da visão holística, na qual enxergar a cadeia como um todo é a solução para desenvolver não só o comércio, mas também apoiar os pequenos produtores a gerarem renda, suprindo a demanda da indústria/mercado consumidor de maneira sustentável.

E se você quer um produto revolucionário, sustentável, com a biodiversidade brasileira, conte com a Solucionária!

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

REFERÊNCIAS

AGRO 2.0 – Juá, fruto do juazeiro, é muito comum no Nordeste, 2020. Disponível em: <https://agro20.com.br/jua/>. Acesso em: 18 de junho de 2021.

AMAZONIKA MUNDI – Sobre, 2021. Disponível em: <https://amazonikamundi.com.br/sobre/>. Acesso em: 16 de junho de 2021.

AMAZONIKA MUNDI – Amazonika Burger, 2021. Disponível em: <https://amazonikamundi.com.br/produto/amazonika-burger/>. Acesso em: 16 de junho de 2021.

BN – Alunos do Ceará criam pó dental de juá, hortelã e cravo, 2019. Disponível em: <https://boasnovasmg.com.br/2019/12/02/alunos-criam-po-dental-de-jua-hortela-e-cravo/>. Acesso em: 18 de junho de 2021.

CAVALCANTI, Nilton de Brito; Milanez de Resende, Geraldo

EFEITO DE DIFERENTES SUBSTRATOS NO DESENVOLVIMENTO DE MANDACARU (Cereus jamacaru P. DC.), FACHEIRO (Pilosocereus pachycladus RITTER), XIQUEXIQUE (Pilosocereus gounellei (A. WEBWR EX K. SCHUM.) BLY. EX ROWL.) E COROA-DE-FRADE (Melocactus bahiensis BRITTON & ROSE) Revista Caatinga, vol. 20, núm. 1, enero-marzo, 2007, pp. 28-35 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Mossoró, Brasil.

CERRATINGA – Maracujá da Caatinga, 2021. Disponível em: <http://www.cerratinga.org.br/maracujadacaatinga/>. Acesso em: 17 de junho de 2021.

COOPERCUC – Instagram, 2021. Disponível em: <https://www.instagram.com/coopercuc_gravetero/>. Acesso em: 20 de junho de 2021.

CRUDA – Pó Dental Natural, 2021. Disponível em: <https://www.lojacruda.com/po-dental-natural/prod-5018366/>. Acesso em: 19 de junho de 2021.

EMBRAPA – Embrapa lança primeira variedade de maracujá da Caatinga para cultivo comercial, 2016. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/13304501/embrapa-lanca-primeira-variedade-de-maracuja-da-caatinga-para-cultivo-comercial>. Acesso em: 17 de junho de 2021.

OLIVEIRA, Mayara de Lima P., Macedo Dantas, A., Raquel dos Santos Morais, A.,

Gibbert, L., Carneiro Hecke Krüger, C., dos Santos Lima, M., Magnani, M., da Silva Campelo Borges, G., Juá fruit (Ziziphus joazeiro) from Caatinga: a source of dietary fiber and bioaccessible flavanols, Food Research International (2019), doi: https://doi.org/10.1016/j.foodres.2019.108745

SANTOS, E. O. C. Umbuzeiro. Produzindo renda no semiárido brasileiro. IRPAAInstituto Regional de Pequena Agropecuária Apropriada. Juazeiro-BA, 2010.

SANTOS, T. C.; NASCIMENTO JUNIOR, J. E.; PRATA, A. P. N. Frutos da Caatinga de Sergipe utilizados na alimentação humana. Scientia Plena, Aracaju, v. 8, p. 1-7, 2012. Disponível em: <http://www.scientiaplena.org.br/sp/article/viewFile/698/442>. Acesso em: 18 de junho de 2021.

Silva, J. M. C. da, Barbosa, L. C. F., Leal, I. R., & Tabarelli, M. (2017). The Caatinga: Understanding the Challenges. Caatinga, 3–19. doi:10.1007/978-3-319-68339-3_1

YVY – Instagram, 2021. Disponível em: <https://www.instagram.com/yvy.destilaria/?hl=pt-br>. Acesso em: 23 de junho de 2021.

YVY – Territórios, 2021. Disponível em: <https://www.yvydestilaria.com.br/m/jornal/601c10720c9b4b62644f999f/a-partir-de-uma-odisseia-pelos-biomas-brasileiros-nascem-seis-gins-de-personalidades-unicas>. Acesso em: 23 de junho de 2021.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *