NOVA ONDA DE PRODUTOS PLANT-BASED: esse frango não é frango!

É inegável o aumento de pessoas optando por alternativas plant-based. Seja por questões éticas, ambientais, de saúde ou pelo bem-estar animal. É fato que os consumidores estão mais conscientes e buscando opções mais saudáveis e sustentáveis. Basta analisarmos o aumento exponencial de lançamentos plant-based no Brasil, de 2019 para cá. Nem é preciso analisar no mundo todo para ver a potência desse mercado.

Esse aumento não foi de pessoas se tornando adeptas ao estilo de vida vegano ou vegetariano. Agora estamos numa era de mais liberdade, sem rótulos. Alguns chamam esse novo público de flexitarianos, aqueles que comem carne ou derivados de origem animal quando querem, quando sentem vontade, mas já reduziram significativamente seu consumo.

Porém, gostamos de deixar claro que é uma nova era de inclusão, de respeito, sem julgamentos. Você não precisa se enquadrar em nenhum desses estilos de vida. Você continua sendo você, comendo o que quiser, porém fazendo escolhas mais conscientes.

O importante é a causa que estamos incentivando: um dia apenas sem consumir carne ou derivados de origem animal já faz uma enorme diferença, tanto na sua saúde, quanto na do planeta.

Impactos ambientais da agropecuária

 

O que antes era apenas um nicho de mercado, agora está muito mais abrangente. Segundo uma pesquisa do The Good Food Institute, 29% de brasileiros já estão reduzindo ou querem reduzir o consumo de alimentos de origem animal. Ou seja, já existem mais de 60 milhões de pessoas conscientes dos benefícios em se diminuir o consumo de carne, leite, ovos e derivados (GFI, 2020).

A maioria dessas pessoas não deixou de gostar do sabor da carne, do sabor dos produtos de origem animal, então é aí que os análogos à base de plantas ganham o seu destaque.

Já em um relatório encomendado pela empresa americana Archer Daniels Midland, no qual o IBOPE realizou a pesquisa, foi apontado que 52% dos brasileiros se dizem flexitarianos. Sendo que 18% dos entrevistados dizem que consomem produtos 100% vegetais frequentemente (Hiperattivo, 2020).

Os consumidores agora querem ter o poder de decisão do que comer. O importante é que as empresas e os restaurantes, possuam um portfólio diverso, que inclua mais opções plant-based. Assim, as pessoas terão a possibilidade de escolher essas opções quando lhes for conveniente, quando se interessarem, quando quiserem provar algo novo, ter uma nova experiência, não porque se tornaram vegetarianas ou veganas (o que pode acontecer também).

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Um dos grandes motivos que levam às pessoas a querer diminuir consumo de carne é a maior conscientização com a saúde. Tais pessoas, agora buscam saber mais sobre o alimento que comem e a internet está expondo muitas empresas e processos de obtenção de carne, o que leva os consumidores a repensarem seus hábitos. As aves não são mais alimentadas como antigamente e vivem em espaços muito confinados, o que leva à propagação de doenças. O Brasil mata, por minuto, 11.354 frangos. Aproximadamente 15 milhões por dia. Na indústria, a vida de um frango dura em média 40 dias, sendo que, na natureza, poderia chegar a 8 anos (MFA, 2020).

Superlotação de frangos nas grandes indústrias, frangos doentes e número de mortes de quase 15 milhões por dia.

 

A revolução plant-based é uma tendência. Pode parecer uma moda agora, mas basta pegarmos o exemplo de grandes frigoríficos, os quais estão mudando seus slogans de maiores produtores de proteína animal do mundo para maiores produtores de proteína do mundo, incluindo produtos à base de vegetais em seus portfólios.

Ao analisarmos essa mudança estratégica, percebemos o potencial desse mercado, pois ele veio para ficar e transformar. Tais frigoríficos possuem acesso às melhores pesquisas de mercado e possuem os profissionais mais capacitados em análise de tendências. Se eles estão mudando, é porque vale realmente a pena investir nesse mercado.

De um ano para cá foram inúmeros lançamentos de análogos à base de plantas. E quem está investindo nessa categoria, está pensando estrategicamente e com muita inteligência. Dados de uma pesquisa feita pela Zion Market Research estimam que o mercado de análogos de carne, feitos à base de vegetais, valerá US$ 21 bilhões até 2025. O que corresponde a um crescimento anual médio de 8,6% (VEGNEWS, 2020).

De acordo com o site de notícias Business Insider, 2019 foi o ano dos análogos de carne bovina e 2020 o ano dos análogos de carne de frango à base de vegetais (BI, 2020). Basta olharmos o mercado nacional para comprovarmos essa realidade.

MERCADO NACIONAL

SUPERBOM

A Superbom sempre esteve presente no mundo Plant-Based e dessa vez eles não poderiam ficar de fora. Na categoria “Frango”, a empresa nonagenária tem o frango em pedaços à base de ervilha. Além de ser enriquecido com vitaminas A, B9 e B12 e minerais ferro e zinco, ele é um produto prático que permite a elaboração de diferentes receitas, como aperitivos, saladas, sanduíches ou pratos quentes como strogonoff, lasanha (SUPERBOM, 2020).

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A primeira versão do produto era ovolactovegetariana, lançada em 2018. Naquela época, como se 2018 estivesse tão longe, o tipo de tecnologia utilizada pela empresa exigia o uso de caseína e albumina, proteína do leite e do ovo respectivamente.

De acordo com Cristina Ferreira, diretora de Inovação e Desenvolvimento de Negócios da Superbom, “O segredo está no processo exclusivo de produção, com uso de uma tecnologia inovadora que deixa o produto com uma fibra longa, textura macia e formato tipo handmade”.

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Um ano depois, com o avanço dos testes e aperfeiçoamento da tecnologia, a empresa lançou a versão vegana, sem nada de origem animal. A decisão da reformulação se deu com o objetivo de incluir mais pessoas, o que engloba tanto os alérgicos, quanto os veganos.

 

VERDALI

Muitos produtos e lançamentos de análogos de frango são em formato de hambúrgueres, mini-empanados, steaks, cuja produção em larga escala é relativamente mais fácil, já que as proteínas são processadas e depois moldadas. Então, não precisa ser um processo delicado. Além disso, a matéria-prima utilizada nessas categorias de produtos são proteínas vegetais obtidas por processo de extrusão seca (extrusão termoplástica), o qual requer a reidratação dessas proteínas e não garante tanta naturalidade à textura.

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O grande desafio é conseguir com que os grandes equipamentos, cujos processos são mais grosseiros e agressivos, transformem as proteínas vegetais em análogos de peito de frango ou filé de frango, cujas fibras são mais delicadas de se obter e moldar.

A Verdali é uma empresa de Santa Catarina que veio com a proposta não somente de trazer uma alternativa sustentável e saborosa aos produtos de origem animal, mas para fazer a diferença, impactando positivamente não somente a nossa alimentação, mas também o futuro do planeta. De acordo com o seu time de marketing:

“Nós somos uma empresa de produtos alimentares que nasceu para ser diferente. Somos a primeira empresa brasileira com alta capacidade produtiva à empregar a tecnologia de extrusão úmida. Com isso temos a possibilidade de replicar fibras longas que estão presentes nas proteínas de origem animal, e assim, criar, testar e desenvolver produtos com textura, sabor e suculência muito parecidos com carne, feitos totalmente de plantas. Queremos oferecer para o mercado nacional, não somente opções plant-based, mas produtos que estejam no mesmo patamar de qualidade dos europeus e americanos, cujas indústrias são pioneiras no segmento. Alinhamos inovação, saúde, bem-estar, qualidade e sustentabilidade e acreditamos em uma mudança gradual nos padrões de alimentação da população, assim surgimos com uma opção com ingredientes que vêm da terra e são cultivados para fornecer os melhores nutrientes das plantas. Acreditamos que existe um jeito melhor de cuidar da nossa saúde, sem abrir mão dos prazeres mais saborosos de cada refeição e sem impactos negativos para o meio ambiente.”

A primeira grande inovação da Verdali foi seu produto Tiras de Frango Vegetal ou Tiras Sem Frango. O produto além de visualmente muito parecido com pequenos pedaços de peito de frango, que desfiam, garante sabor, textura e uma composição nutricional balanceada. Ao analisar o produto, podemos perceber as fibras longas originárias do seu processo de extrusão úmida de proteínas vegetais, processo que consegue mimetizar as fibras musculares da carne animal (VERDALI, 2020).

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De acordo com a equipe da Verdali, “a texturização de compostos de proteína e amido em processo de extrusão de base úmida se dá pela mistura da matéria-prima (proteína vegetal) com água, passando pela extrusora a uma temperatura controlada em vários pontos do túnel de extrusão em temperaturas entre 70 e 180°C, formando um produto com características anisotrópicas (propriedade física que varia de acordo com a direção) e com aparência fibrosa, o que possibilita o desenvolvimento de produtos vegetais muito similares a frango, peito de peru ou carne de porco. Com a variação dos parâmetros de extrusão aliadas à adição de aromas, corantes e formatação do produto, novas possibilidades de análogos são criados.”

A start-up inovou ainda mais e lançou recentemente mais 4 diferentes tipos de análogos de frango: Filé Sem-Frango, em substituição ao peito de frango, oferecendo 25% do valor diário de proteínas e 18% do valor diário em fibras; o Verditos Mini Sem-Frango; o Burger Sem-Frango, o qual leva soja, ervilha, grão-de-bico, assim consegue uma melhor composição de aminoácidos; e Terrine Vegetal, o qual seria uma alternativa ao omelete, com brócolis, cenoura, batata, milho, ervilha, grão-de-bico, cebola e especiarias (VERDALI, 2020).

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Outra novidade é que a Verdali é a mais nova ganhadora do grande prêmio de inovação em alimentos e ingredientes, o Fi Innovation Awards 2020. O produto Tiras Sem Frango ganhou o segundo lugar na categoria de Produto Mais Inovador. É um resultado muito importante, visto que este ano todos os ganhadores foram produtos plant-based, o que mostra ainda mais a força desta tendência e a aceitação do público.

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FI INNOVATION AWARDS

O FI Innovation Awards é um prêmio nacional de inovação das indústrias de alimentos, bebidas e ingredientes ofertado pela Food Ingredients South America, maior evento de ingredientes alimentícios da América Latina. Termos em 2020 premiações somente para produtos plant-based mostra o grande avanço de 2018 para cá. Sentimos que, em 2018, a maioria das pessoas, tanto consumidores quanto profissionais da área de alimentos, da indústria, ainda não estava preparada para toda revolução à base de vegetais.

Em 2019, o primeiro lugar ainda foi de um produto de origem animal, mas o segundo e o terceiro foram de produtos vegetais (FI, 2019).

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Porém, em 2018, só tivemos produtos de origem animal no pódio na categoria de Produto Mais Inovador. Por isso a felicidade pelo grande avanço e transformação que estamos vivenciando agora, a nova onda dos produtos plant-based.

A Superbom concorreu em 2018 com o seu “Frango” ovolactovegetariano, mas nessa época parece que ainda não era muito bem entendido ou enxergado como uma verdadeira inovação. E quem ganhou o pódio daquela vez foi uma bala de gelatina enriquecida com vitaminas e minerais. Portanto, ao olharmos somente dois anos atrás, já conseguimos fazer uma boa análise e tirar conclusões de que muitas mudanças positivas ainda estão por vir.

 

FAZENDA FUTURO

A Fazenda Futuro surpreendeu a todos com o exponencial crescimento de um ano para cá. A empresa conseguiu revolucionar o mercado e estar presente em diversos pontos de venda, se tornando uma das marcas mais encontradas nos mercados e restaurantes do Brasil inteiro. Começaram com o desenvolvimento de análogos de carne bovina e agora trouxeram a sua versão de análogo de frango, em parceria com a Verdali, responsável pela produção do Futuro Frango (FAZENDA FUTURO, 2020).

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Recentemente, a empresa foi a primeira brasileira a ganhar o prêmio de inovação World Changing Ideas (Ideias que Mudam o Mundo), da revista americana de empreendedorismo Fast Company. Foram 3 mil empresas inscritas do mundo todo, dentre elas Nike, Google e IBM (EXAME, 2020).

THE NEW BUTCHERS

Outra startup que veio para revolucionar é a The New Butchers. Uma foodtech que nasceu para criar “Carnes de Plantas™️ com sabor, textura e suculência de carne, da forma mais limpa possível” (TNB, 2020). Fundada no ano passado pelos empreendedores Bruno Fonseca e Mariana Nakaie, já mostrou seu potencial e capturou a atenção do investidor anjo Paulo Veras, um dos fundadores do unicórnio de mobilidade 99. Com o investimento, expandiram a fábrica e já produzem 21 toneladas de alimentos plant-based por mês (PEGN, 2020).

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A startup ressalta algo que nós da Solucionária já falamos há algum tempo também: não precisamos mudar o hábito das pessoas, só precisamos entregar mais opções, que sejam saborosas, saudáveis e sustentáveis para que elas possam incluir no seu dia a dia. Comer carne é cultural, então vamos trazer alternativas deliciosas para incluir nessa cultura.

O The New Chicken (Novo Frango) agora já está na sua versão 2.0, sendo um análogo de filé de frango feito à base de proteína de ervilha, que promete sabor, textura e a suculência da carne de frango, só que com outros benefícios à mais, já que é enriquecido com vitaminas e livre de sofrimento animal.

 

VEGABOM

A Vegabom é uma empresa de Campinas, fabricante de alimentos veganos congelados à base de soja não transgênica e grão-de-bico. Em seu portfólio, a empresa possui dois produtos análogos de frango: a Coxinha Vegana sabor frango e o Empanado Vegano sabor frango (VEGABOM, 2020).

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No empanado, além da proteína de soja, utilizada na maioria dos produtos Plant-Based, um outro ingrediente chama a atenção: o seitan. Mas o que é seitan? O seitan é feito a partir do glúten, ou seja, a proteína do trigo. Ele tem sido consumido desde a Antiguidade, especialmente na Índia e na China. Hoje, é consumido em todo o mundo, principalmente nas dietas vegana e vegetariana (VEGABOM, 2020).

O processo de obtenção desse ingrediente é o seguinte: primeiro, é feita uma massa similar a do pão, mas sem fermento. Em seguida, remove-se todo o amido de sua composição. Ao fim do processo, temos um produto proteico, livre de gorduras e açúcares. Para quem não é celíaco, ele é um substituto interessante, pela textura e pelo aporte nutricional. É um produto rico em vitaminas e pouco calórico. Suas principais vitaminas são a vitamina C e as do complexo B. Quanto aos minerais, é abundante em ferro, cálcio, magnésio, zinco e potássio (VEGABOM, 2020).

 

UNILEVER + THE VEGETARIAN BUTCHER

Dois anos após a aquisição da holandesa The Vegetarian Butcher, a Unilever trouxe a marca para o Brasil. Fundada por Jaap Korteweg, de uma família de agricultores holandeses, a The Vegetarian Butcher nasceu após, em 1998, a peste suína atingir a fazenda onde sua família criava animais para consumo de carne. Após o trauma e refletindo sobre o futuro, Jaap sentiu que era hora de mudar e se tornou vegetariano (UNILEVER, 2020).

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Aqui no país, um análogo de frango que a Unilever trouxe foi o Bempanados, os Empanados Vegetal The Vegetarian Butcher. Os produtos estão disponíveis em alguns restaurantes, mas ainda não estão disponíveis no varejo (REVISTAPRESS, 2020).

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Várias outras marcas também possuem alternativas plant-based aos mini-empanados de frango, como a Superbom, a Sadia com a linha Veg&Tal e a Seara com a linha Incrível (ganhadora do primeiro lugar na categoria Produto Mais Inovador do FI Innovation Awards 2020).

MERCADO INTERNACIONAL

KFC + BEYOND MEAT

 

Desde o lançamento em 2019, o “frango” frito plant-based do KFC está disponível em vários países. Sendo a segunda maior rede de restaurantes em todo o mundo, agora introduziu frango frito à base de vegetais do Kentucky em filiais no Reino Unido, na Europa, China, Hong Kong, Vietnã e em todos os EUA e Canadá. Ou seja, o fast-food também está se tornando plant-based e a maior rede de frango frito está fazendo a liderança (LIVEKINDLY, 2020).

Nos EUA, o KFC fez parceria com a Beyond Meat. No Reino Unido, com a Quorn, e no Canadá, a Lightlife. Atualmente, vem trabalhando em mini-empanados de frango cultivados em laboratório (uma alternativa não vegana, porém mais sustentável aos produtos animais tradicionais) na Rússia (LIVEKINDLY, 2020).

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Quando o KFC lançou pela primeira vez seu Beyond Fried Chicken em Atlanta, as opções à base de plantas se esgotaram em tempo recorde. Embora não tenha sido a única rede de fast-food a adicionar produtos plant-based ao menu em 2019, pode ter sido a única a vender 100 por cento de seus produtos em menos de cinco horas (LIVEKINDLY, 2020).

Neste primeiro lançamento, o KFC ofereceu o “frango” frito da Beyond como “asas desossadas” ou “nuggets” de frango. Porém, apesar do lançamento inicial do Beyond Fried Chicken ter sido um sucesso, as duas empresas buscaram melhorar os produtos. Avançaram nos testes e agora trouxeram uma nova versão que realmente mimetiza as fibras musculares do frango (LIVEKINDLY, 2020).

 

CHICKEN ISH

Um novo restaurante em Londres causou uma polêmica com os amantes de carne. A empresa Chicken Ish lançou análogos de frango frito que prometem conquistar também os carnívoros. Em seu lançamento, a empresa recebeu tantas críticas dos carnívoros que isso acabou tendo um resultado muito positivo e auxiliou na divulgação do seu delivery para os consumidores realmente interessados (HOOLE, 2020) (CHICKENISH, 2020).

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A Chicken Ish recriou o drumet, ou coxa da asa de frango, em uma versão à base soja, empanado em farinha de grão-de-bico, sem glúten. Uma verdadeira inovação, já que não observamos muitas alternativas aos pedaços específicos do frango, ainda mais peças que possuem osso.

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Atualmente, as alternativas plant-based estão cada vez mais fiéis às originais. Pesquisando um pouco mais para sabermos como é feita a imitação da pele de frango, vimos que ela pode ser feita com papel de arroz. Basta temperar os pedaços de “frango” plant-based, porcionar em cima do papel de arroz de maneira que fique com alguns pedaços maiores e outros mais desfiados, e para para substituir o osso na hora de moldar, pode-se usar canela em pau, talos de couve-flor ou outros vegetais (DAILYVEGAN, 2020) (C&CC, 2020).

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NO EVIL FOODS

Como gostamos de enfatizar que, para se destacar agora nesse mercado, é preciso fazer mais do que só lançar um produto. É preciso pensar em valores, em ideais. Ter como missão transformar o mundo, para melhor, por meio da alimentação. Causar impactos positivos com os seus produtos, com a sua marca. Nosso planeta chegará ao esgotamento de recursos, não vai suportar mais tanta poluição, tanto desperdício. E você aí, indústria (o consumidor também) pode fazer a diferença e garantir que, daqui alguns anos, estaremos comendo seus produtos nessa maravilha chamada Terra.

A No Evil Foods, além de várias alternativas plant-based em seu portfólio, possuem o Comrad Cluck, que mimetiza pequenos pedaços de frango. Já falamos da No Evil Foods anteriormente, uma empresa da Carolina do Norte comprometida a se tornar Plástico Negativa, financiando a recuperação e a reciclagem de 1kg de lixo plástico para cada 1kg que eles geram. O plástico é a alternativa mais acessível para os fabricantes de alimentos, além de prover a segurança do alimento (NO EVIL, 2020).

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A empresa não deixou de utilizar plástico em todos os seus produtos, mas é consciente de que não se pode ignorar a sua contribuição em um problema global e urgente que é a poluição por resíduos plásticos. Portanto, a fim de anular essa carga e fazer a diferença em prol de um mundo melhor (de um futuro), eles financiam essa belíssima iniciativa em parceria com a rePurpose Global, o que gera impactos positivos tanto ambientais quanto sociais (NO EVIL, 2020).

Em todas as nossas pesquisas, observando a ascensão de novos hábitos dos consumidores, percebemos que existe agora uma preocupação muito maior com as causas sociais e ambientais. Não necessariamente essas pessoas são as mais altruístas, porém elas estão procurando comprar de empresas que incentivem alguma causa, pois ao fazerem isso, já sentem que fizeram a sua parte.

O que fazer então? Construir estratégias de marca éticas, promover boas práticas públicas, como ajudar causas sociais e ambientais, trazendo benefícios à comunidade, ao mundo. Isso agregará valor à marca aos olhos do consumidor.

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REFLEXÕES, INSIGHTS E CONCLUSÕES

Os impactos negativos gerados pela criação de animais para a alimentação estão cada vez mais evidentes. Isto faz com que os consumidores repensem seus hábitos e busquem alternativas mais sustentáveis. Além disso, com a pandemia do coronavírus, muitas pessoas agora estão percebendo a relação da criação de animais com as doenças altamente infecciosas e contaminantes, o que aumentará a demanda por produtos plant-based.

galinhas aglomeradas em situações precárias

 

À medida que os análogos à base de vegetais ganharem maior popularidade, mais marcas entrarão no mercado, fazendo com que os preços fiquem mais competitivos e os produtos fiquem mais acessíveis. Isso pode significar uma reviravolta e podemos enxergar um futuro em que tais produtos sejam mais populares que a carne ou os produtos de origem animal. Neste futuro, a carne seria consumida esporadicamente, sendo considerada um item de luxo.

Com o avanço do desenvolvimento de carne em laboratório, obtidas por meio de células animais. Assim como, da carne obtida por meio de modificação genética de microrganismos e uso de processos fermentativos. Podemos enxergar um futuro (ainda que distante), sem a morte do animal para se obter carne. Sem a exploração do animal para se obter leite, ovos e seus derivados.

Conseguimos imaginar agora um futuro no qual alguns narizes serão torcidos ao ver alguém comer carne de animal morto, mas que será bem visto comer carne cultivada.

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Muitas pessoas, principalmente crianças e mais jovens, não associam as peças de carne, os ovos, os produtos lácteos, como vindos de um animal. Perguntaram a uma criança de onde vem o ovo e receberam a resposta “do supermercado”. Ao saber que vinha da galinha e que essa galinha sofreu, a criança se assustou. Uma vez, um jovem ficou inconformado ao ver que na peça de bacon tinha uma tetinha de porco. Ao pesquisar que bacon vinha do animal morto e que este sofreu muita exploração, o jovem se traumatizou e não quis mais consumir carne. Ou seja, essa nova geração, ao descobrir a origem dos produtos que come, começa a optar por alternativas plant-based. Principalmente se esses jovens saem da casa dos pais e começam a construir sua própria vida, tendo que fazer suas compras e cozinhar.

Pensando em saudabilidade e bem-estar, principalmente englobando as gerações mais novas, os consumidores estão com uma visão mais holística, não estão pensando somente se aquele alimento vai fazer ganhar alguns quilinhos. As pessoas agora estão se preocupando em como suas escolhas alimentares impactam em uma perspectiva ética, social, ambiental e mental. A nutrição proveniente do alimento deve fazer bem não só para o corpo, saúde física, mas também para a mente. E por que não também para a alma? Ao optar por opções mais sustentáveis e saudáveis, por empresas que se preocupam com o seu bem-estar e do planeta, você garante toda essa satisfação.

Mas não se esqueçam que apesar de todas as boas intenções, se o produto não for gostoso, não for conveniente e acessível, é muito provável que a recompra não será efetuada.

Não queremos impor nada aqui, só gostaríamos que vocês refletissem e abrissem a mente para ter novas experiências, para fazer escolhas mais conscientes. Vocês podem se surpreender. Os análogos de carne estão cada vez melhores e mais saborosos. Ousamos dizer que alguns estão até melhores que os tradicionais.

Por exemplo, a Sara, desde criança, não comia mais os mini-empanados ou steaks de frango porque sempre encontrava nervos, gorduras, cartilagens ou alguns pedaços de osso no meio. O que a fez pegar nojo desses produtos e a deixar de os consumir. Assim como, ao descobrir como é feita a salsicha, teve a mesma reação. Agora, com as alternativas plant-based, ela voltou a inserir esses produtos no seu dia a dia.

Se você ficou interessado em garantir a sua participação nessa economia gigantesca, a Solucionária nasceu para entregar soluções para você. Juntos somos mais fortes e vamos revolucionar a maneira com que nos alimentamos e impactamos o mundo. Contem com a gente!

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REFERÊNCIAS

BI – BUSINESS INSIDER – Plant-based ‘chicken’ is the alternative meat trend that will define 2020. Here’s why. Disponível em: <https://www.businessinsider.com/plant-based-chicken-alternative-meat-trend-of-year-2020-3>. Acesso em: 04 de dezembro de 2020.

C&CC – VEGAN CHICKEN DRUMSTICKS ON ROASTED VEGETABLES, 2020. Disponível em: <https://cheapandcheerfulcooking.com/vegan-chicken-drumsticks-on-roasted-vegetables/>. Acesso em: 01 de dezembro de 2020.

CHICKEN ISH – Instagram, 2020. Disponível em: <https://www.instagram.com/chicken_ish/>. Acesso em: 03 de dezembro de 2020.

DAILY VEGAN – VCrispy vegan chicken drumsticks on veggies, 2019. Disponível em: <https://www.dailyvegan.recipes/2019/01/21/crispy-vegan-chicken-drumsticks-on-veggies/>. Acesso em: 01 de dezembro de 2020.

EXAME – Carne vegetal da Fazenda Futuro está entre premiadas por inovação nos EUA, 2020. Disponível em: <https://exame.com/pme/carne-vegetal-da-fazenda-futuro-esta-entre-premiadas-por-inovacao-nos-eua/>. Acesso em: 02 de dezembro de 2020.

FAZENDA FUTURO – Instagram, 2020. Disponível em: <https://www.instagram.com/fazendafuturo/>. Acesso em: 04 de dezembro de 2020.

FI – Food Ingredients South America – Confira os finalistas e vencedores do Food Ingredients Innovation Awards 2019!. Disponível em: <https://www.fi-events.com.br/pt/atracoes/fi-awards.html>. Acesso em: 03 de dezembro de 2020.

GFI – THE GOOD FOOD INSTITUTE – MERCADO DE PROTEÍNAS ALTERNATIVAS NO BRASIL, 2020. Disponível em: <http://gfi.org.br/wp-content/uploads/2018/10/GFI_prote%C3%ADnas_vegetais.pdf>. Acesso em: 13 de novembro de 2020.

HIPERATTIVO – Pesquisa aponta que 52% dos brasileiros se dizem flexitarianos, 2020. Disponível em: <https://www.linkedin.com/posts/hiperattivo_plantbased-vegano-activity-6739852855076786176-9clk>. Acesso em: 03 de dezembro de 2020.

HOOLE, Georgie – SECRET LONDON – A New Vegan Fried Chicken Shop Has Opened In London And It’ll Fool Any Meat Eater • Chickenish, 2020. Disponível em: <https://secretldn.com/chickenish-vegan-fried-chicken/>. Acesso em: 03 de dezembro de 2020.

LIVEKINDLY- A COMPLETE GUIDE TO VEGAN KFC, 2020. Disponível em: <https://www.livekindly.co/complete-guide-to-vegan-kfc/>. Acesso em: 03 de dezembro de 2020.

MFA – MERCY FOR ANIMALS – Instagram, 2020. Disponível em: <https://www.instagram.com/mfa_brasil//>. Acesso em: 04 de dezembro de 2020.

MFA – MERCY FOR ANIMALS – O QUE FAZEMOS, 2020. Disponível em: <https://mercyforanimals.org.br/>. Acesso em: 04 de dezembro de 2020.

NO EVIL FOODS – CONRAD CLUCK NO CHICKEN, 2020. Disponível em: <https://www.noevilfoods.com/products/comrade-cluck/>. Acesso em: 02 de dezembro de 2020.

PEGN – Pequenas Empresas Grandes Negócios – The New Butchers: como este açougue vegano conquistou Paulo Veras, da 99, 2020. Disponível em: <https://revistapegn.globo.com/Startups/noticia/2020/10/new-butchers-como-este-acougue-vegano-conquistou-paulo-veras-da-99.html>. Acesso em: 04 de dezembro de 2020.

REVISTAPRESS – Campanha de lançamento do The Vegetarian Butcher é desenvolvida pela Iris Worldwide, 2020. Disponível em: <http://revistapress.com.br/advertising/campanha-de-lancamento-do-the-vegetarian-butcher-e-desenvolvida-pela-iris-worldwide/>. Acesso em: 04 de dezembro de 2020.

SUPERBOM – Frango Vegano em Pedaços à Base de Ervilha, 2020. Disponível em: <https://superbom.com.br/produtos/carnes-vegetais/frango-vegano-pedacos-base-ervilha/>. Acesso em: 26 de Novembro de 2020.

SUPERBOM – Instagram, 2020. Disponível em: <https://www.instagram.com/superbombr/>. Acesso em: 04 de dezembro de 2020.

TNB – The New Butchers – A revolução tem sabor de carne, mas é feita de plantas, 2020. Disponível em: <https://thenewbutchers.com.br/>. Acesso em: 26 de Novembro de 2020.

TNB – The New Butchers – Instagram, 2020. Disponível em: <https://www.instagram.com/thenewbutchers/>. Acesso em: 26 de Novembro de 2020.

UNILEVER – The Vegetarian Butcher, 2020. Disponível em: <https://www.unileverfoodsolutions.com.br/dicas-e-servicos/the-vegetarian-butcher.html>. Acesso em: 04 de dezembro de 2020.

VEGABOM – Instagram, 2020. Disponível em: <https://www.instagram.com/vegabomoficial/>. Acesso em: 04 de dezembro de 2020.

VEGABOM – Produtos, 2020. Disponível em: <http://vegabom.com.br/produtos/>. Acesso em: 26 de Novembro de 2020

VEGNEWS – GLOBAL VEGAN MEAT MARKET WILL HIT $21 BILLION BY 2025, 2020. Disponível em: <https://vegnews.com/2020/4/global-vegan-meat-market-will-hit-21-billion-by-2025>. Acesso em: 27 de outubro de 2020.

VERDALI – Instagram, 2020. Disponível em: <https://www.instagram.com/verdalibr/>. Acesso em: 03 de dezembro de 2020.

VERDALI – Nossa essência, 2020. Disponível em: <http://verdali.com.br/>. Acesso em: 03 de dezembro de 2020.

 

Publicado por

Sara de Araújo Faria
Fundadora e Diretora de P&D e Inovação na SOLUCIONÁRIA
Peraê, mas esse frango aqui não é frango? Neste novo artigo, eu e a Marina falamos de várias inovações que mimetizam os produtos de frango. Ah, e tem uma dica de como imitar a pele do frango! E você não precisa ir para outros países para encontrar esses análogos não. O Brasil veio para mostrar que não é somente o maior produtor de proteína animal no mundo, mas que é um país com grande potencial de se destacar mundialmente com análogos de carne à base de vegetais. A Fazenda Futuro e a Superbom já estão se destacando lá fora, o que dá muito orgulho. Várias empresas já estão fazendo a diferença por aqui: Verdali Fazenda Futuro Produtos Alimentícios Superbom Indústria e Comércio The New Butchers The Vegetarian Butcher da Unilever Vale a pena abrir a mente e se jogar nessas novas alternativas que estão cada vez melhores! Até a maior rede de frango frito do mundo KFC US lançou sua versão hashtagplantbased lá fora, em parceria com a Beyond Meat. E se você quer entrar nesse mercado ou quer trocar ideias, a SOLUCIONÁRIA pode te ajudar! hashtagsolucionaria hashtaggo4food hashtaginovação hashtaginnovation hashtagtendencias hashtagtrends hashtagnegócios hashtagalimentos hashtagindustria hashtagsustentabilidade hashtagsaude hashtagfoodtech hashtagstartups hashtagfood hashtagfoodinnovation hashtagmarket hashtagvegan hashtagempreender hashtagagro hashtagagricultura

1 comentário em “NOVA ONDA DE PRODUTOS PLANT-BASED: esse frango não é frango!

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